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Política

O que a campanha de Lula espera da entrevista ao Jornal Nacional


Líder das pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será entrevistado pelo "Jornal Nacional" na noite desta quinta-feira, 25. O petista volta ao telejornal da TV Globo depois de 16 anos. Na última entrevista como candidato à Presidência da República, Lula tinha como principal adversário o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), à época no PSDB e hoje o vice em sua chapa. Em seu perfil no Twitter, inclusive, o ex-mandatário brincou com a situação. "Bom dia. Hoje serei entrevistado como candidato no Jornal Nacional. A última vez foi na eleição de 2006, quando meu adversário era… o Geraldo Alckmin. Hoje iremos juntos até lá", escreveu. Em pouco mais de 15 anos, muita coisa mudou na relação entre Lula e o Grupo Globo. Apesar disso, a campanha está otimista com a sabatina desta quinta. Dirigentes do partido ouvidos pela Jovem Pan tratam a agenda como uma oportunidade para falar a milhões de brasileiros sobre propostas socioeconômicas e, principalmente, fazer um contraponto ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). "O foco é explorar o embate de legados", resume um aliado. Mais do que isso, o QG da campanha avalia que um bom desempenho para uma grande audiência pode ser fundamental para uma eventual vitória em primeiro turno, cenário apontado pelos institutos de pesquisa até o momento.

Em 2006, quando concedeu sua última entrevista ao Jornal Nacional, Lula foi questionado sobre o escândalo do Mensalão, que estourou um ano antes, em 2005. O esquema consistia na compra de apoio de parlamentares por meio do pagamento de propina. O então presidente não se tornou réu no caso, mas deputados e líderes petistas acabaram presos. À época, o petista disse que a Polícia Federal trabalhava de forma independente para apurar as denúncias. "No nosso governo, a Polícia Federal vem trabalhando de forma excepcional para investigar essa denúncia. Eu lamento, profundamente, que companheiros tenham feito parte de algo como isso. Mas nós facilitamos para que tudo seja investigado. Facilitamos os trabalhos da CPI. Não conversei com nenhum deputado", disse. Na noite desta quinta-feira, 25, as acusações que pesaram sobre ele no âmbito da Operação Lava Jato devem embasar questionamentos dos âncoras William Bonner e Renata Vasconcelos – o ex-presidente ficou preso por 580 dias. Segundo apurou a Jovem Pan, Lula foi treinado pelos advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins para responder a perguntas dessa natureza. Entre aliados do ex-presidente, havia um temor de que o petista dissesse que foi "inocentado", quando, na verdade, os processos foram anulados porque o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou o ex-juiz Sergio Moro parcial e incompetente para julgar casos envolvendo o atual líder das pesquisas de intenção de voto. "A ideia é mostrar que Lula não teve acesso ao devido processo legal e foi julgado por um juiz que meteu os pés pelas mãos", disse, em reservado, um integrante da cúpula da campanha.

No geral, Lula quer se apresentar como o candidato capaz de "resgatar" o país. "Considero importante focar no que mais se esconde hoje, os reais problemas do Brasil e [apresentar] soluções: grave crise econômica, com inflação alta, juros altos, povo e empresas endividados, desemprego e subemprego acima de 40%, queda na renda, diminuição da classe média, crescimento da miséria e da pobreza. O Brasil voltou para o mapa da fome, a população de rua cresceu, temos violência e insegurança. As filas na saúde voltaram a patamares de muitos anos atrás, há atraso na educação e corte de verbas. Falta merenda escolar, enfrentamos uma grave crise ambiental e nossa democracia está ameaçada", disse à Jovem Pan o ex-governador do Piauí Wellington Dias, um dos membros do comitê de campanha.

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