O homem de 54 anos que ficou conhecido em Campo Grande pelo apelido de "Acumulador da Rua Planalto" foi preso na terça-feira (13) pela Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista).
A ocorrência destaca que a prisão foi em flagrante. Nesta quarta-feira (14) foi convertida em preventiva ao passar pela audiência de custódia. A detenção do sujeito ocorrem ante as ações que continuaram colocando em risco a integridade e saúde de vizinhos.
"Expõem a integridade física dos vizinhos e de passantes a risco físico, aumenta o potencial risco de doenças como leishmaniose e dengue, e torna a área imprópria para a ocupação", justificou a delegada Gabriela Stainle Pacetta, responsável pelo pedido de prisão.
Para a polícia, o descaso perante todas as tentativas de punição administrativa, e falta de resposta a notificações, autuações e providências, mostrou que a aplicação do Direito Penal se tornasse imprescindível.
O sujeito é conhecido há muito tempo por espalhar lixo, cartazes e todo tipo de resíduo na frente de sua casa, no bairro Jardim TV Morena. Os entulhos são jogados sobre a calçada e até mesmo na rua, deixando o trânsito complicado.
Nas investidas para apurar os fatos, as autoridades encontraram no interior da casa lixo e resíduos de toda natureza, como roupas, calçados, plantas, vasilhames, além de diversas cabeças de peixes e uma tenda instalada na calçada que era usada por andarilhos.
Os policiais ainda relataram a existência de muitas plantas com água parada e larvas de mosquito, sujeira e uma criação de galinhas, o que não é permitido por lei municipal em razão de as fezes terem potencial de atrair o mosquito transmissor da leishmaniose.
Inúmeras tentativas foram feitas para que ele resolvesse a situação e parasse acumular lixo no local, mas nada deu certo. Segundo a versão, o acumulo do entulho e de lixo era um protesto contra a Prefeitura de Campo Grande por uma desapropriação antiga.
O autor alega que em 2006 recebeu uma notificação judicial de desapropriação de um terreno com 1 mil metros quadrados, localizado entre a Rua Rolândia e a Avenida Fábio Zahran. A área virou a Avenida Fábio Zahran (antiga Via Morena).
Naquela época, ele concordou em deixar o terreno desde que houvesse garantias de que ele receberia um novo local, ou o valor correspondente à área desapropriada. Porém, ainda segundo ele, a área foi avaliada em R$ 106 mil, valor que ele discordou;
O homem então processou a Prefeitura, que tomou o terreno. Naquela época, ele já morava na casa localizada na Rua Planalto e, como protesto, a partir de 2023 começou a interditar a via para chamar a atenção das autoridades.