chamas do fogao

Robert Francis Prevost é eleito Papa e adota o nome Leão XIV

Cardeal norte-americano tem 69 anos, nasceu em Chicago e construiu carreira religiosa na América Latina

Por Redação em 08/05/2025 às 14:27:01

A Igreja Católica tem um novo líder. O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito papa nesta quinta-feira (8), no segundo dia de conclave no Vaticano. Ele adotará o nome de Leão XIV, tornando-se o sucessor de Francisco na liderança da Igreja.

Prevost foi escolhido com o apoio de pelo menos 89 dos 133 cardeais votantes — dois terços dos eleitores, como exige o processo de eleição papal. A confirmação veio com a tradicional fumaça branca que saiu da chaminé da Capela Sistina.

Primeiro papa dos EUA e de país de maioria protestante

Natural de Chicago, Prevost, de 69 anos, é o primeiro papa dos Estados Unidos e também o primeiro pontífice oriundo de uma nação de maioria protestante. Apesar da nacionalidade, sua trajetória pastoral foi construída majoritariamente na América Latina, especialmente no Peru, onde viveu por anos como missionário.

Antes de ser eleito, Prevost ocupava dois cargos de destaque no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos, responsável por nomeações episcopais, e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.

De perfil discreto, com fala serena e avesso aos holofotes, é visto como reformista e alinhado à agenda de abertura promovida por Francisco. Com sólida formação teológica, é também especialista em direito canônico, a legislação interna da Igreja.

Vida religiosa, missão no Peru e acusações

Prevost ingressou na vida religiosa aos 22 anos. Estudou teologia na União Teológica Católica de Chicago e foi enviado a Roma, onde se formou em direito canônico pela Universidade de São Tomás de Aquino. Foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, iniciou trabalho missionário no Peru, passando por Piura e Trujillo durante o conturbado governo de Alberto Fujimori. Na época, cobrou publicamente reparações por abusos cometidos.

Em 2014, assumiu a Diocese de Chiclayo, onde permaneceu até 2023. Neste período, enfrentou a maior crise de sua carreira: foi acusado por três mulheres de ter acobertado casos de abuso sexual cometidos por dois padres peruanos durante a infância delas. Uma das vítimas relatou ter alertado Prevost por telefone em 2020 e, formalmente, em 2022. O caso foi encaminhado ao Vaticano, que ainda não concluiu a investigação. Um dos padres foi afastado; o outro já não atuava por problemas de saúde. A diocese nega acobertamento e afirma que os protocolos da Igreja foram seguidos.

Ainda no Peru, Prevost foi membro ativo da Conferência Episcopal e chegou a atuar em órgãos como a Congregação do Clero e a Congregação para os Bispos. Em 2023, foi nomeado cardeal, permanecendo pouco menos de dois anos no cargo antes de ser escolhido papa — algo incomum na história recente da Igreja.

Durante uma internação de Francisco, Prevost liderou uma oração pública no Vaticano pela recuperação do pontífice, gesto que o aproximou ainda mais da comunidade católica internacional.

Como foi o conclave

O conclave teve início na quarta-feira (7), com 133 cardeais presentes — incluindo sete brasileiros. A primeira votação, na tarde do mesmo dia, resultou em fumaça preta. O mesmo ocorreu nas duas votações da manhã desta quinta-feira. A eleição foi decidida na quarta rodada, realizada pouco depois das 12h30 (horário de Brasília).






















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