A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte PĂșblico realizou nesta quarta-feira (8) as oitivas de dois auditores da Agetran (AgĂȘnica Municipal de Trânsito) que prestaram esclarecimentos a respeito da fiscalização técnica e operacional do serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus. Durante os trabalhos, os componentes da comissão questionaram os critérios levados em consideração na elaboração do REMID (Relatório de Monitoramento de Ăndices de Desempenho) que atestou que o Consórcio presta um serviço "excelente" à população campo-grandense.
O primeiro a participar da oitiva foi o auditor-chefe de planejamento da Agetran, Giuseppe Bitencourt, que detalhou que seu setor é responsĂĄvel pela auditoria técnica e operacional do Consórcio Guaicurus. Giuseppe acrescentou que participou do acompanhamento do TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) firmado com o MPE (Ministério PĂșblico Estadual) e TCE (Tribunal de Contas do Estado), e afirmou que a Agetran subsidia a Agereg (AgĂȘncia Municipal de Regulação dos Serviços PĂșblicos) com informações para que seja feito o cĂĄlculo dos Ăndices de desempenho lançados no REMID. O segundo a participar da oitiva foi o auditor Luiz ClĂĄudio Pissurno, chefe operacional do Time de Auditoria da Agetran. Ambos relataram que o relatório é elaborado com base em Ăndices cujas fórmulas estão estabelecidas no contrato de concessão, firmado em 2012, quando o consórcio começou a operar na Capital.
O Ășltimo REMID divulgado tem como referĂȘncia o intervalo entre os meses de agosto a outubro de 2024. A Agetran considerou como "excelente" os quesitos conforto, acessibilidade, pontualidade, qualidade e pessoal a serviço; "ótimo" a cobertura do sistema e manutenção da frota e; "bom" na regularidade das viagens, eficiĂȘncia e cortesia na prestação.
Os vereadores questionaram os fatores que influenciam no cĂĄlculo que atribui bons Ăndices de desempenho ao Consórcio Guaicurus. "Os próprios servidores pĂșblicos da Agereg e da Agetran reconhecem que o modelo de contrato dessa concessão lesa o Poder PĂșblico e, sobretudo, a população. Isso é grave e temos que encontrar quem, administrativamente, assinou um contrato que lesa as pessoas", disse o vereador Maicon Nogueira.
"Quem é responsĂĄvel por esse contrato e sua fiscalização é a Prefeitura de Campo Grande. A Câmara estĂĄ fazendo a CPI para apurar os fatos e mostrar as responsabilidades. Vamos prezar por uma apuração dentro da legalidade, atribuindo as responsabilidades do Poder PĂșblico e do Consórcio, podendo inclusive sugerir uma rescisão do contrato", acrescentou o vereador doutor Livio, presidente da CPI.
As próximas oitivas da CPI da Transporte PĂșblico na Câmara Municipal acontecem na próxima segunda-feira (12), a partir das 13h, no plenarinho Edroim Reverdito. Na ocasião serão ouvidos o fiscal de transporte e trânsito da Agetran, Luiz Carlos Alencar Filho, e o auditor chefe da Auditoria da Agetran, Henrique de Matos Moraes.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal