PM prende 17 entre identificados condenados por violência contra Mulheres

Já notificamos hoje que PM e MPE deflagram Operação Isis em Campo Grande, dentre os presos, policial militar reformado e um guarda municipal. A ação, desencadeada na manhã desta quarta-feira, resultando em 17 pessoas presas, entre os 29 alvos de mandados de prisão. Assim, a ação é uma varredura, na caça aos criminosos soltos, pois os alvos são condenados por crimes contra a mulher e, mesmo assim, seguiam foragidos.

A "Operação Ísis" em Campo Grande foi realizada para combater crimes de violência doméstica contra a Mulher e vem de encontro com ação da nova direção do CPM (Comando de Policiamento Metropolitano da Capital).

O CPM fez um levantamento juntamente com as Promotorias das varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do MPE, para chegar no planejamento da Operação e ir em busca dos acusados. Hoje, para alcançar o maior número de fugitivos, foram montada uma grande estrutura com 150 homens e planejamento de buscas por todo o município.

O comandante do CPM, coronel Emerson de Almeida, ressalta que a PM, através das unidades que compõem o CPM, juntamente com cinco Promotorias das varas de Violência, atuaram em conjunto. "Em uma ação conjunta, o MPE repassou a demanda de pessoas que estavam condenadas, porém não cumprindo a pena e mandados/busca estava em aberto. Os mandados de prisão foram repassados para a Diretoria de Inteligência da PM, que fez levantamento dos possíveis endereços dos foragidos da justiça. Conseguimos identificar 29 alvos. Com dados em mãos, o MPE solicitou à Justiça Estadual ordens de buscas aos endereços e hoje foi dado a deflagração na Operação. Na rua, chegamos a 17 presos no total, sendo 13 somente nesta manhã e outros 4 em dias atrás, que foram de preparação da Operação, mas os mesmos foram já localizados", explica Almeida.

O coronel detalhou o contexto da realização da "Ísis" com a necessidade das varas especializada (veja abaixo) de avançar no combate a veemência da violência contra a mulher do Ministério Público. "Após pegarmos seus mandados de prisão, a Inteligência identificou o paradeiro dessas pessoas, e hoje no start da operação conseguimos cumprir 17 alvos, ressaltando a necessidade da agilidade, pois das 17, três foram presas durante o planejamento. Elas estavam em mudança de endereço, em tentativa de fuga pra outro estado. Então a gente acabou com a fuga e um quarto mandado foi cumprido durante o policiamento ordinário do dia a dia da polícia militar. A ação envolveu quarenta equipes em torno de 150 policiais, onde colocamos até os cadetes da PM na demanda que era grande", pontua o comandante.

Grande demanda reprimida e acontecendo

Almeida lembra que PM só pode atuar quando há uma denúncia. E que muitas acabam ficando reprimida e tem que ser mexida como a atual, pois a violência contra a Mulher tem muitos casos e está entre a primeiras. "Quando a gente fala em denúncia, hoje a violência doméstica é a terceira maior demanda dentro do chamado do 190, quando se liga, ne! Perdendo apenas para perturbação do sossego alheio e vias de fato. Então nós temos uma demanda grande, a gente atua grande e a gente tem uma preocupação para com as mulheres. A gente -PM- da o melhor atendimento possível a essas mulheres. E essa operação é um encorajamento para as mulheres. Para elas denunciarem. Ela vir fazer a sua denúncia de violência que venha sofrendo, justamente pra gente diminuir esses esses números negativos que tem de violência contra a mulher", ressalta.

A Operação Ísis, em Campo Grande, teve as Promotorias envolvidas na ação pela:
66ª Promotoria de Justiça de Campo Grande – Substituição: Aline Mendes Franco
48ª Promotoria de Justiça de Campo Grande – Titular: Antenor Ferreira de Rezende Neto
65ª Promotoria de Justiça de Campo Grande – Titular: Bolivar Luis da Costa Vieira
47ª Promotoria de Justiça de Campo Grande – Substituição: Henrique Franco Candia
72ª Promotoria de Justiça de Campo Grande – Titular Clarissa Carlotto Torres

Nome da Operação

O nome é em referência a Lei nº 5.202, de 30 de maio de 2018, que instituiu no calendário oficial do Estado de Mato Grosso do Sul o dia 1º de junho, como Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. A data lembra a morte da jovem Isis Caroline, ocorrida em 1º de junho de 2015 e tida como o primeiro caso de feminicídio registrado no Estado, após a vigência da Lei 13.104/2015 (Crime de Feminicídio).

Violência Contra a mulher

Terceira maior incidência de chamada, via 190 da PM, perdendo apenas para perturbação do sossego alheio e vias de fato. Em abril foram gerados 518 atendimentos pelo COPOM da PM, em Campo Grande.

Canais de Denúncia de Violência Contra Mulher
*190 – Policia Militar
Em caso de emergência, a mulher ou alguém que esteja presenciando alguma situação de violência, pode pedir ajuda por meio do telefone 190. Uma viatura da Polícia Militar é enviada imediatamente até o local para o atendimento. Disponível 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.
*Programa Mulher Segura (PROMUSE)
Programa da PM que faz monitoramento e proteção das mulheres em situação de violência doméstica e familiar, atendendo demanda de órgãos ligados na proteção à mulher.
*180 – Central de Atendimento à Mulher
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um canal criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, que presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. A denúncia pode ser feita de forma anônima. Disponível 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.
Também, a própria Delegacia Especial de Atendimento à Mulher – DEAM, que fica na sede da Casa da Mulher Brasileira.