Luan completa 150 dias sem atuar no Corinthians: como clube administra situação do meia-atacante nos bastidores

O Corinthians entra em campo nesta quarta-feira (20), diante do Coritiba, cercado por grande a expectativa em torno dos novos reforços do elenco. Em contrapartida, o clube ainda procura um caminho para Luan, que completa 150 dias desde a última vez em que entrou em campo pelo Timão.

Anunciado em 14 de dezembro de 2019 e homenageado com a camisa 7, entregue em mãos por Marcelinho Carioca, o meia-atacante perdeu espaço na atual temporada, e não pisa no gramado desde 19 de fevereiro, quando a equipe empatou em 1 a 1 diante do Botafogo-SP, sob o comando do interino Fernando Lázaro, ainda na fase de grupos do Campeonato Paulista.

Titular naquela partida, o jogador deu lugar a Willian aos 26 minutos do segundo tempo.

Apresentado dias depois, o português Vítor Pereira elogiou Luan em sua primeira entrevista, quando questionado sobre o pouco espaço do meia já àquela época. Mas mesmo deixando as portas abertas ao jogador, o treinador deu um recado claro: o meia precisava querer seu espaço no time.

"A força do caráter de uma pessoa é muito mais o que vem de dentro do que de fora. O Luan precisa se encontrar com ele próprio, acreditar nele próprio. Conheço ele há muito tempo, sei das qualidades. Mas tem que ser ele, não é o treinador que vai transmitir essa força. Ele tem muita qualidade, é questão de se encontrar, perceber que estou aqui para ajudá-lo e a todos da mesma forma".

Quase cinco meses depois, Luan segue como um dos poucos atletas do elenco a não ter ido a campo sob o comando de Vítor Pereira, ao lado do goleiro Carlos Miguel e do meia-atacante Ruan Oliveira, que se recupera de uma grave lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.

O camisa 7, que não marca um gol desde 20 de maio de 2021, esteve à disposição em 12 das 43 partidas disputadas pelo Corinthians em 2022, e só foi a campo três vezes, apenas uma como titular. Desta lista, Luan esteve no banco de reservas em quatro jogos comandados pela atual comissão técnica.

A última vez aconteceu na estreia pela Copa do Brasil, quando o Alvinegro encarou a equipe de Portuguesa-RJ, na terceira fase. Mesmo tendo seu nome gritado por torcedores no Estádio do Café, o jogador permaneceu apenas como opção.

Segundo apurou a ESPN, o drama vivido por Luan no Corinthians passa por uma dor na região do quadril, que levou o jogador diversas vezes ao departamento médico entre os meses de março e maio. Além das oportunidades em que se recuperava do desconforto, o meia ainda perdeu partidas por precisar readquirir condicionamento físico.

"Luan já esteve pelo menos três vezes para ser escalado e, no último momento, vai para o departamento médico. Era para vir, mas, no último treino, queixou-se de dores e foi para o departamento médico. Tem ficado fora de muito treino, pouco tempo trabalhando comigo".

"Precisamos do Luan. Eu não tenho responsabilidade se, no último momento que ele está para ser escalado, não vai para o jogo", disse Vítor Pereira no início de junho, após a vitória diante do Atlético-GO, pelo Brasileirão.

A ESPN apurou ainda que o jogador aprimora o condicionamento físico, mas que está liberado integralmente pelo departamento médico para voltar a atuar. Em comunicados à imprensa, o clube tem atualizado a situação de Luan como 'treino total com o grupo', mesmo cenários de outros atletas como Willian, Fagner e Maycon, que sofreram lesões recentes e trabalham para voltar a jogar.

Mas qual deve ser o destino de Luan?

Dono de um dos maiores salários do elenco, o meia tem 'portas abertas' para encontrar outro clube para conseguir recuperar seu futebol. Segundo apurou a ESPN, o meia tem sido alvo de sondagens e interesse de equipes das Séries A e B, com o Corinthians disposto a arcar com até 70% dos vencimentos. O atleta, no entanto, tem se mantido contrário diante das ofertas.

O meia-atacante tem contrato no Parque São Jorge até dezembro de 2023. O clube paulista é dono de 50% dos direitos econômicos do jogador após acordo de 5 milhões de euros com o Grêmio, que detém a outra metade.