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O que a campanha de Lula espera da entrevista ao Jornal Nacional

Por Redação em 25/08/2022 às 10:25:40

LĂ­der das pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) serĂĄ entrevistado pelo "Jornal Nacional" na noite desta quinta-feira, 25. O petista volta ao telejornal da TV Globo depois de 16 anos. Na Ășltima entrevista como candidato à PresidĂȘncia da RepĂșblica, Lula tinha como principal adversĂĄrio o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), à época no PSDB e hoje o vice em sua chapa. Em seu perfil no Twitter, inclusive, o ex-mandatĂĄrio brincou com a situação. "Bom dia. Hoje serei entrevistado como candidato no Jornal Nacional. A Ășltima vez foi na eleição de 2006, quando meu adversĂĄrio era… o Geraldo Alckmin. Hoje iremos juntos até lĂĄ", escreveu. Em pouco mais de 15 anos, muita coisa mudou na relação entre Lula e o Grupo Globo. Apesar disso, a campanha estĂĄ otimista com a sabatina desta quinta. Dirigentes do partido ouvidos pela Jovem Pan tratam a agenda como uma oportunidade para falar a milhões de brasileiros sobre propostas socioeconômicas e, principalmente, fazer um contraponto ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). "O foco é explorar o embate de legados", resume um aliado. Mais do que isso, o QG da campanha avalia que um bom desempenho para uma grande audiĂȘncia pode ser fundamental para uma eventual vitória em primeiro turno, cenĂĄrio apontado pelos institutos de pesquisa até o momento.

Em 2006, quando concedeu sua Ășltima entrevista ao Jornal Nacional, Lula foi questionado sobre o escândalo do Mensalão, que estourou um ano antes, em 2005. O esquema consistia na compra de apoio de parlamentares por meio do pagamento de propina. O então presidente não se tornou réu no caso, mas deputados e lĂ­deres petistas acabaram presos. À época, o petista disse que a PolĂ­cia Federal trabalhava de forma independente para apurar as denĂșncias. "No nosso governo, a PolĂ­cia Federal vem trabalhando de forma excepcional para investigar essa denĂșncia. Eu lamento, profundamente, que companheiros tenham feito parte de algo como isso. Mas nós facilitamos para que tudo seja investigado. Facilitamos os trabalhos da CPI. Não conversei com nenhum deputado", disse. Na noite desta quinta-feira, 25, as acusações que pesaram sobre ele no âmbito da Operação Lava Jato devem embasar questionamentos dos âncoras William Bonner e Renata Vasconcelos – o ex-presidente ficou preso por 580 dias. Segundo apurou a Jovem Pan, Lula foi treinado pelos advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins para responder a perguntas dessa natureza. Entre aliados do ex-presidente, havia um temor de que o petista dissesse que foi "inocentado", quando, na verdade, os processos foram anulados porque o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou o ex-juiz Sergio Moro parcial e incompetente para julgar casos envolvendo o atual lĂ­der das pesquisas de intenção de voto. "A ideia é mostrar que Lula não teve acesso ao devido processo legal e foi julgado por um juiz que meteu os pés pelas mãos", disse, em reservado, um integrante da cĂșpula da campanha.

No geral, Lula quer se apresentar como o candidato capaz de "resgatar" o paĂ­s. "Considero importante focar no que mais se esconde hoje, os reais problemas do Brasil e [apresentar] soluções: grave crise econômica, com inflação alta, juros altos, povo e empresas endividados, desemprego e subemprego acima de 40%, queda na renda, diminuição da classe média, crescimento da miséria e da pobreza. O Brasil voltou para o mapa da fome, a população de rua cresceu, temos violĂȘncia e insegurança. As filas na saĂșde voltaram a patamares de muitos anos atrĂĄs, hĂĄ atraso na educação e corte de verbas. Falta merenda escolar, enfrentamos uma grave crise ambiental e nossa democracia estĂĄ ameaçada", disse à Jovem Pan o ex-governador do PiauĂ­ Wellington Dias, um dos membros do comitĂȘ de campanha.

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